Iniciativa do Parque Vida Cerrado visa a promoção da sustentabilidade rural e a conservação da biodiversidade no Cerrado do Oeste baiano
Promover maior sustentabilidade rural e a conservação da biodiversidade através da recuperação de áreas prioritárias a longo prazo. Com este objetivo, o Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Oeste baiano – deu início às ações do Projeto Conecta Cerrado, com a instalação de armadilhas fotográficas em propriedades rurais de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras.
Posicionadas em áreas estratégicas, nas bordas e no interior de reservas legais de diferentes propriedades rurais, as câmeras fotográficas serão importantes aliadas na identificação de fauna de médio e grande porte. Animais da espécie lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), que funcionarão como “detetives ecológicos”, serão os principais alvos de observação da pesquisa.
“A diversidade de fauna é um dado importante para entender a qualidade das áreas de conservação da região. Essas áreas só cumprem o seu papel, integralmente, se de fato o animal também faz uso dela. Se a fauna não está utilizando aquela área, significa que alguma coisa está faltando. A observação de atropelamentos de lobos na região sugerem uma população significativa para a espécie e entender como eles interagem com a paisagem do Oeste da Bahia nos ajudará a compreender a necessidade de conectar fragmentos de vegetação”, explica a bióloga do Parque Vida Cerrado, Gabriele Rosa, responsável pela liderança e coordenação das ações e monitoramento do projeto.
Próximos passos
Concluídas a instalação das armadilhas fotográficas na última segunda-feira, 17, a equipe técnica do projeto fará, uma vez por mês, a checagem das câmeras e a coleta de dados. A segunda fase do projeto prevê a captura de lobos para a colocação de rádios colares – medida que permitirá o acompanhamento em tempo real e a avaliação da saúde dos animais. “Vamos capturar os lobos para coleta de sangue, verificar a presença de doenças e avaliar o estado geral de saúde, com a posterior soltura dos animais nas mesmas áreas”, destaca a médica veterinária do parque e líder de fauna do projeto, Paula Damasceno.
Através desta iniciativa, será possível avaliar a efetividade das áreas protegidas, identificar corredores ecológicos, apontar áreas com potencial para ampliação, estimular a conectividade dos remanescentes florestais para propiciar maior sustentabilidade às propriedades agrícolas e assegurar a conservação da biodiversidade do Cerrado. Além da restauração de áreas degradadas e da criação de novas unidades de conservação, o projeto prevê a implantação de sistemas agroflorestais, estruturação e fortalecimento da cadeia da restauração, disseminação do conhecimento técnico-científico, implantação e funcionamento de um viveiro referência na produção de espécies nativas e reestruturação da rede de coletores de sementes de Luís Eduardo Magalhães.
O projeto, que deve ser lançado oficialmente na Bahia Farm Show deste ano, conta com o apoio da Conservação Internacional do Brasil e do Instituto para a Conservação dos Carnívoros Neotropicais (Pró-Carnívoros), com transferência de expertise em captura e monitoramento de fauna.
Heloíse Steffens / Assessoria de imprensa
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