• 29.12.2020
Parque Vida Cerrado assume protagonismo na restauração ecológica do Oeste baiano

Burocracia, escassez de mão de obra e recursos humanos qualificados, projetos em desconformidade com as exigências e que não avançam junto aos órgãos ambientais, baixa aplicação do conhecimento científico na elaboração e execução, indisponibilidade e alto custo para obtenção de sementes e mudas em quantidade e qualidade, desconexão entre os atores, ineficiência de áreas já restauradas e desinformação sobre linhas de crédito são alguns dos entraves que inviabilizam, junto aos produtores rurais, a implantação de projetos de restauração ambiental. O Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Matopiba – está empenhado em transformar esta realidade e deve tornar-se um dos principais protagonistas do novo momento da restauração ecológica no Cerrado do Oeste baiano.

Localizado em Barreiras, o parque tem atuado em várias frentes com a finalidade de preservar a biodiversidade e garantir a sustentabilidade agrícola. “A ocupação agrícola transformou a região em uma das principais potências agrícolas do país e isso representou uma rápida mudança da paisagem, a partir da pressão sobre a flora e fauna nativas. Buscar uma expansão mais conservacionista é uma necessidade. A preservação dos serviços ecossistêmicos e dos recursos hídricos depende da manutenção da vegetação nativa. Assegurar a conservação do Cerrado é uma necessidade ao meio ambiente, mas também uma questão de sobrevivência para a agricultura”, relembra a bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa.

Diante deste cenário, a fim de equilibrar esse processo, o Parque Vida Cerrado passou a contar com um viveiro de mudas, com a missão de servir como ferramenta para as atividades e projetos de educação ambiental e, também, como fonte de mudas nativas para agricultores e instituições locais em programas de recuperação de áreas degradadas. O parque concentrou sua atuação em três frentes com o viveiro educador: agricultura, comunidade e rede de coletores de sementes.

Na agricultura, procurou sensibilizar agricultores sobre a importância dos recursos hídricos, fomentar o plantio de mudas de espécies nativas do Cerrado em áreas degradadas, formar profissionais e instituições em técnicas eficientes de recuperação, estimular e dar sustentabilidade para a rede de coletores de sementes. Junto às comunidades e rede de coletores de sementes, o parque procurou envolver os moradores em ações de valorização do Cerrado e de seus recursos hídricos, estimular e apoiar projetos de geração de renda por meio da coleta e distribuição de sementes para produção de mudas, incentivar a economia verde, a geração de renda para assentados com a compra de sementes nativas e promover o debate sobre a importância das Áreas de Preservação Permanente (APP). Em funcionamento há 12 anos, o viveiro já destinou mais de 200 mil mudas em toda a região Matopiba e, todos os anos, vem disponibilizando 10% de sua produção para doações junto a projetos da comunidade.

 

Novo momento para a restauração

 

Após todos esses anos de atuação e conhecimento acerca dos entraves impostos à restauração ambiental, o Parque Vida Cerrado está empenhado em um grande projeto que deve representar um marco para a sua existência e, principalmente, um novo momento para a restauração ecológica na região Oeste da Bahia. Através do Conecta Cerrado – projeto financiado pela iniciativa global Parceria para o Bom Desenvolvimento (The Good Growth Partnership), que é executado no Brasil pela Conservação Internacional, em parceria com Instituto Lina Galvani e Parque Vida Cerrado – pretende-se tornar o processo menos burocrático, mais acessível e mais bem-sucedido na região, através do fortalecimento da cadeia da restauração.

 

Para alcançar este objetivo, o projeto tem, dentre os seus alvos, o resgate, organização e fortalecimento da rede de coletores de sementes por meio da composição de uma cooperativa/associação e da disseminação de conhecimentos em oficinas, a fim de regularizar os processos de venda, garantir renda às comunidades, assegurar preço justo e melhor qualidade do produto aos produtores rurais; a qualificação de consultores ambientais que elaboram e executam Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) e o diálogo com representantes de instituições públicas da esfera municipal e estadual ligadas ao meio ambiente, ONGs, sindicatos rurais, cases de sucesso e agentes financiadores e, a transformação do viveiro de sementes e mudas do Parque Vida Cerrado que, além de educador, passa a se enquadrar também como viveiro comercial.

“A partir de 2021, passamos a operar como viveiro de sementes e mudas comercial, que deve ser o maior viveiro da região em quantidade e variedades de espécies nativas para atendimento das demandas da cadeia da restauração florestal. O viveiro deve tornar-se uma referência na produção e distribuição, mas também no fornecimento de todos os serviços da cadeia da restauração, do diagnóstico de área até a execução e monitoramento. Todas essas ações, juntamente com as demais iniciativas, devem fortalecer a cadeia, assegurar a conservação da biodiversidade e sustentabilidade da produção agrícola e tornar o Parque Vida Cerrado um dos principais protagonistas do novo momento da restauração ecológica na região Oeste da Bahia”, comemora Rosa.

 

Heloíse Steffens / Assessoria de imprensa

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