Capacitar os profissionais técnicos para apoiar produtores rurais que queiram migrar para um modelo agrícola mais sustentável e competitivo, através da recuperação de áreas prioritárias a longo prazo. Este foi o objetivo de uma capacitação online e gratuita promovida pelo Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Oeste baiano – que está empenhado em promover o fortalecimento da cadeia da restauração ambiental para assegurar a sustentabilidade rural e conservação da biodiversidade.
Conforme explica a bióloga do Parque Vida Cerrado e coordenadora do projeto, Gabrielle da Rosa, o evento, que integra uma das etapas do Projeto Conecta Cerrado, foi importante para levantar as principais dificuldades encontradas pelos profissionais durante o processo de restauração ambiental, mas também para promover um diálogo entre todas as partes envolvidas a fim de tornar o processo menos burocrático e mais bem-sucedido na região.
“Através do Conecta Cerrado, pretendemos garantir a eficiência da recuperação das áreas degradadas na região e, para isso, devemos fortalecer a cadeia da restauração, por meio da disseminação do conhecimento. São muitos os entraves na hora de trabalhar com restauração ambiental na região. Há grande burocracia, projetos que não estão em conformidade às exigências dos órgãos ambientais e por isso não avançam, dificuldade na obtenção de mudas para restauração, alto custo para implantação do projeto que é inviabilizado junto ao produtor rural, ineficiência de áreas já restauradas, desinformação acerca de linhas de créditos disponíveis para esta finalidade… Através da disseminação do conhecimento fortalecemos a cadeia. A capacitação foi essencial para nos trazer um real panorama da realidade regional e nos aproximar mais dos órgãos. A capacitação em restauração ambiental tem um papel importante neste processo, que também envolve outras etapas”, destaca.
Dentre os palestrantes, o evento contou com as apresentações da bióloga e especialista em educação ambiental, Gabrielle da Rosa, que apresentou o novo momento vivido pelo Parque Vida Cerrado; da engenheira agrônoma e mestre em Ciências Florestais, Lina Inglez, que abordou “os desafios de restaurar o cerrado”; do engenheiro florestal, designer de projetos sustentáveis e coordenador técnico, Marcelo Cortez, da Cortez Soluções Ambientais, que falou sobre o anúncio de um novo modelo de negócios para o novo mundo da restauração; do gerente da unidade Sicredi de Luís Eduardo Magalhães, Giego Scholz, que ministrou sobre “os incentivos financeiros para a restauração disponíveis no mercado” e, da engenheira florestal, M.Sc em Ciência Florestal e especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Fabiana Salamene, que fez uma “análise e aprovação dos projetos de restauração no estado da Bahia”.
A bióloga, mestre em ecologia, conservação e manejo e secretária executiva do Consórcio Cerrado das Águas, Fabiane Sebaio, abordou acerca do “Consórcio Cerrado das Águas: novas tecnologias na prática da restauração”; o engenheiro florestal e coordenador do projeto parceria para o bom desenvolvimento, Henrique de Paula, trouxe informações sobre o projeto parceria para o bom desenvolvimento; o especialista em meio ambiente, Vitor Matos, abordou as experiências da Secretaria de Meio Ambiente da Bahia com a restauração florestal na região do cerrado” e, o coordenador de políticas e projetos na diretoria de políticas de biodiversidade e floresta/SEMA-BA, Uilson Araújo, finalizou com uma apresentação sobre o “apoio à regularização ambiental dos pequenos agricultores e o estabelecimento da governança local para formação da cadeia da restauração”.
O evento totalmente online realizado nos dias 17 e 18 de setembro contou com a participação de consultores ambientais que elaboram e executam projetos de restauração em áreas degradadas, representantes de instituições públicas da esfera municipal e estadual ligadas ao meio ambiente, ONGs, sindicatos rurais, cases de sucesso e agentes financiadores. As palestras podem ser assistidas na íntegra no canal do parque pelo YouTube.
Projeto Conecta Cerrado
O Projeto Conecta Cerrado busca, a longo prazo, garantir a recuperação das áreas prioritárias para a conservação e, com isso, a sustentabilidade da produção agrícola na região, estabelecendo diálogos para a implementação de políticas públicas e gestão de conhecimento. Para a efetividade do projeto, serão executadas ações no campo para a identificação de áreas com potencial para ampliação, restauração e criação de novas unidades de conservação, implantação de sistemas agroflorestais, estruturação da cadeia da restauração, estudos de dinâmica da fauna e utilização de espécies como “detetives ecológicos” para identificação da efetividade do desenho de corredores ecológicos e do potencial de conexão entre áreas protegidas. O projeto é financiado pela iniciativa global Parceria para o Bom Desenvolvimento (The Good Growth Partnership), que é executado no Brasil pela Conservação Internacional, em parceria com o Instituto Lina Galvani e o Parque Vida Cerrado.
Heloíse Steffens / Assessoria de imprensa
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