Editoriais • 23.05.2023
Reintrodução de lobos-guarás na natureza completa um ano e protocolo desenvolvido em parceria com o Parque Vida Cerrado avança.

Estudo que realiza o monitoramento do maior canídeo da América Latina, cuja espécie está ameaçada de extinção auxilia pesquisadores em todo o país.

Equipe do Parque Vida Cerrado, em Barreiras (BA). Crédito: Junior Ferreira

No mês de maio, o Parque Vida Cerrado completa um ano desde a primeira reintrodução de lobos-guarás como parte do desenvolvimento de um protocolo inédito sobre a reabilitação dos animais na natureza, realizado em parceria com o ICMBio, ONG Jaguaracambé, Projeto Sou amigo do Lobo e projeto “Ritmos da Vida”. Cinco lobos-guarás, espécie que está ameaçada de extinção no Brasil, já foram soltos e três continuam sendo monitorados tanto pelos institutos participantes quanto pelo Parque, primeiro e único centro de educação socioambiental do Oeste baiano, que há 16 anos abriga um criadouro conservacionista e um centro de excelência em restauração do bioma Cerrado.

O estudo, ainda em progresso, busca contribuir para a conservação dos lobos-guarás, por meio da elaboração conjunta de um protocolo para a espécie que indica ações de recebimento, treinamento, soltura ou translocação e o monitoramento dos animais pós-soltura.
Os pesquisadores, biólogos e veterinários envolvidos no monitoramento analisam o impacto da idade do filhote de lobo-guará no recebimento, tempo ideal de treinamento e comportamento resposta aos estímulos de atividades de caça, forrageio, patrulhamento, marcação de território e a influência disso
na probabilidade de melhor adaptação. O comportamento dos animais frente à presença humana, algo essencial para a avaliação de sucesso da reintrodução, também é estudadono protocolo.

Pesquisadores do Parque já puderam considerar como satisfatória a reintrodução da primeira loba-guará do oeste da Bahia como parte do projeto, Caliandra, que já está solta há um ano e durante todo monitoramento expandiu a área de exploração e se apresentou recorrentemente saudável.

“O maior indício de uma reintrodução de sucesso é quando o animal é capaz de reproduzir, pois ele cumpre o papel de gerar sua própria ninhada. No início do ano, percebemos o pareamento da Caliandra com o José Bonifácio, animal de vida livre que recebeu colar de GPS no ano passado no projeto de monitoramento de fauna, JB e Elizabeth foram colarizados na mesma região da Caliandra para que pudéssemos comparar as atividades da Caliandra à animais de vida livre. Existe uma possibilidade de gestação por parte dela, mesmo que pequena, mas o pareamento já é um indicativo muito favorável, já que se trata de uma espécie territorialista”, explica Gabrielle Bes da Rosa, bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado.

Quando finalizado, o protocolo será transformado em artigo científico, cartilha e manual para cursos de reabilitação da espécie, e poderá servir de base para futuros estudos e reintroduções do lobo-guará, assim como outras espécies, na natureza.

Entenda como funciona o monitoramento realizado pelo Parque Vida Cerrado

A equipe do Parque Vida Cerrado iniciou, em 2020, o protocolo de reabilitação de filhotes órfãos Por esse protocolo, as organizações trabalham em conjunto para fazer com que esses animais tenham a chance de voltar a viver em habitat natural, uma vez que não foram treinados e ensinados pelos pais. Para tanto, os pesquisadores preparam os filhotes por meio de treinamentos de caça e defesa.

Os filhotes órfãos não podem ser espontaneamente reintegrados, já que precisam ser ensinados pelos pais a sobreviver na natureza. O protocolo desenvolvido em conjunto com o ICMBio, ONG Jaguaracambé, projeto Sou amigo do lobo e projeto “Ritmos da Vida” , é importante para que esses animais tenham a chance de voltar a viver em habitat natural e reduzir o risco de serem caçados.

Depois de passarem por um processo de preparação de caça e defesa, além da observação de comportamento, os pesquisadores analisam os filhotes aptos à reintrodução.

Nos primeiros três meses de soltura, os lobos-guarás também podem recorrer a um recinto de aclimatação, que simula um habitat natural, caso encontrem dificuldade em se alimentar nas proximidades, processo chamado de soltura branda.
Durante o primeiro ano de reintrodução, o protocolo busca observar, principalmente, dados cardíacos e geolocalização dos animais, por meio de colares especiais, e monitores cardíacos capazes de identificar o nível de estresse enfrentado pelo animal, o que indica a adaptação ao ambiente. Esse período, como observam os pesquisadores, pode variar para cada bicho.

Sobre o Parque Vida Cerrado

Fundado em 2006, como resultado de uma iniciativa do Grupo Galvani – sua principal mantenedora atualmente, o Parque Vida Cerrado é o primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental do Oeste baiano. Localizado entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, mantém um criadouro científico para fins de conservação de animais silvestres, um Centro de Excelência em Restauração com ampla expertise no bioma Cerrado e um núcleo para realização de projetos e atividades socioambientais. Em 16 anos de atuação, envolveu mais de 30 mil pessoas em suas ações, distribuiu milhares de mudas para reflorestamento urbano e rural, capacitou centenas de coletores de sementes nos assentamentos e reproduziu, com sucesso, mais de 40 animais silvestres. O Parque Vida Cerrado conta ainda com o apoio de parceiros como BrasiTrans, Mauricéa, Mimoso Madeiras, Hotel Solar Rio de Pedras, Oilema, Condomínio Irmãos Gatto Agro, Condomínio Santa Carmem,ADM e AIBA (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia), Cargill e Nuvven.

Sobre a Galvani

Empresa 100% brasileira de produção verticalizada de fertilizantes. Atua no setor de fertilizantes desde a década de 1960 e é líder em produção e distribuição no Matopiba, região agrícola que compreende os estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Possui um complexo industrial em Luís Eduardo Magalhães e uma unidade de mineração e beneficiamento em Angico dos Dias, além de estar preparando uma nova fase de operação da unidade de mineração em Irecê – todos na Bahia. A companhia mantém também escritórios corporativos em Campinas (SP) e na capital paulista.

 

 

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