Fundo vai custear reforma da Casa de Sementes; iniciativa deve favorecer a profissionalização dos coletores da rede e conferir maior capacidade e mais agilidade no atendimento das demandas, acelerando o processo da restauração no Matopiba.
O Parque Vida Cerrado – primeiro e único centro de conservação da biodiversidade, pesquisa e educação socioambiental idealizado pela Galvani, sua principal patrocinadora – consolidou uma importante parceria com um fundo de investimentos internacional para realização do Projeto Semente. O objetivo da iniciativa, que envolve a reforma da Casa de Sementes do assentamento e a disponibilização de um espaço administrativo para qualificação dos coletores, é melhorar a capacidade de coleta, beneficiamento e armazenagem da rede, acelerando o processo da restauração no Matopiba.
“Acreditamos que esse é um passo importante para o processo da restauração. A reforma e adaptação do local deve dar mais sustentabilidade às ações da rede, para que esta possa atender mais projetos de restauro, em um espaço mais adequado para beneficiar e armazenar. O fundo, estava em busca de projetos voltados à restauração e estamos felizes por termos sido indicados por intermédio do seu parceiro, a Conservação Internacional, que também é uma importante apoiadora dos nossos trabalhos”, destaca a bióloga e coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle Bes da Rosa.
Para Eric Geglio, líder de sustentabilidade do fundo, a restauração é um tema importante não apenas para o nosso próprio portfólio de terras, mas também para a agenda de todo o setor. “É uma demanda e um desafio para todos. Através da Conservação Internacional, com a qual temos parceria, conhecemos o trabalho do Parque e vimos, neste projeto, a oportunidade de colaborar. A proteção do capital natural vai além das áreas produtivas e deve alcançar as áreas preservadas da fazenda; não apenas por força do cumprimento à lei, mas por consciência, alinhamento aos compromissos assumidos pelo país e contribuição com o nosso setor. Essa parceria se soma ao conjunto de iniciativas em benefício de todo o setor no futuro”, destaca Geglio.
Protagonismo
Protagonista na restauração ecológica no Cerrado do Oeste baiano, o Parque Vida Cerrado promoveu, em prol da cadeia da restauração, a disseminação do conhecimento técnico-científico em intercâmbio com os diferentes elos da produção, a reestruturação da rede de coletores de sementes e a formatação de um modelo de negócios para tornar a atividade mais atrativa e sustentável. Também concretizou a implantação de um Centro de Excelência em Restauração com ampla expertise no bioma Cerrado, que oferece mais de 30 espécies nativas no portfólio do seu viveiro e todos os serviços da cadeia da restauração; distribuiu mais de 240 mil mudas para programas de rearborização urbana e recuperação de áreas degradadas; capacitou centenas de coletores de sementes nos assentamentos rurais e envolveu mais de 30 mil pessoas por meio do seu núcleo de projetos e atividades socioambientais. Mantem ainda um criadouro científico para fins de conservação com 28 animais, de 8 diferentes espécies nativas do Cerrado, sendo 5 delas ameaçadas de extinção e um Programa de monitoramento de fauna da região.
“Com essa experiência acumulada, seremos protagonistas para acelerar a restauração ecológica na região, que ganha novas cores e parceiros neste momento tão importante. Estamos confiantes que a junção de todas essas ações tornará o processo mais bem-sucedido e benéfico ao meio ambiente, mas também para a agricultura, que ficará mais sustentável e competitiva na nova era”, finaliza Rosa. Recentemente, o Projeto Semente recebeu a primeira visita da arquiteta à Casa de Sementes do assentamento. Após a avaliação, o próximo passo é a elaboração e aprovação do projeto arquitetônico para, em seguida, dar início às obras de reforma e adaptação do espaço.
